Plena atenção: uma chave para a libertação do sofrimento

No budismo, a plena atenção, também conhecida como "mindfulness", é considerada uma habilidade essencial para alcançar a libertação do sofrimento e a iluminação. A prática da meditação é uma forma importante de desenvolver essa habilidade.

Na meditação, a plena atenção é usada para se concentrar em um objeto específico, como a respiração, e manter a mente focada nesse objeto, evitando distrações e pensamentos desnecessários. Essa prática ajuda a desenvolver a concentração e a clareza mental, e a cultivar a percepção direta da realidade.

No dia a dia, a plena atenção pode ser aplicada em diversas situações, como durante uma conversa, ao comer, ao caminhar, entre outras. O objetivo é estar completamente presente e consciente do que está acontecendo no momento, sem julgamento ou distração.

A dificuldade de manter a plena atenção no ambiente urbano é maior devido às distrações constantes, como o barulho do tráfego, as notificações de dispositivos eletrônicos e a pressa da vida moderna. Em um retiro de meditação, o ambiente é mais calmo e propício à prática da plena atenção, já que há menos interrupções e distrações externas. Seja no retiro ou na vida urbana, o verdadeiro desafio é levar essa habilidade para o dia a dia, independente do contexto ou situação.

É importante lembrar que a palavra original em Pali para denominar a plena atenção é Sati.

Principais escolas budistas

THERAVADA

O Theravada, também conhecido como "o caminho dos anciãos", é uma tradição que se concentra na interpretação dos ensinamentos originais de Buda, como estão preservados nos antigos textos Pali. É praticado principalmente em países do sudeste asiático, como Sri Lanka, Tailândia, Myanmar e Laos. O Theravada enfatiza a importância da prática individual da meditação e do autoaperfeiçoamento, com o objetivo de alcançar a iluminação e se libertar do ciclo de renascimentos.

MAHAYANA

Já o Mahayana, também conhecido como "o grande veículo", é uma tradição que surgiu alguns séculos depois do Theravada e se desenvolveu principalmente na China, Japão, Coreia e Vietnã. O Mahayana enfatiza a ideia de que a busca da iluminação não é apenas uma busca individual, mas também uma busca para ajudar a iluminar todos os seres sencientes. Por isso, o Mahayana enfatiza a prática de Bodhisattva, onde o praticante busca alcançar a iluminação não apenas para si mesmo, mas também para ajudar a aliviar o sofrimento dos outros.

Além disso, o Mahayana incorporou novas ideias e práticas, como a crença em bodhisattvas e a prática de meditações guiadas por mestres, que não estão presentes na tradição Theravada. Outra diferença importante entre as duas tradições é a interpretação do conceito de vazio (sunyata), que é central para o budismo. Enquanto o Theravada entende o vazio como uma ausência de ego, o Mahayana entende como a ausência de separação entre os seres.

Atualização em 3 de março de 2024:
Em breve irei detalhar melhor nesta postagem as principais escolas. O objetivo desse post será fornecer uma visão bastante básica das principais escolas e variações existentes, embora a estrutura básica (vide postagem "Budismo Roteiro de Estudo" seja basicamente a mesma).